Alguns de nós necessitamos do idioma inglês em atividades do dia-a-dia de trabalho, outros – de forma esporádica – em alguma reunião ou conferência telefônica com algum prospect ou cliente estrangeiro, ou talvez, numa eventual entrevista em inglês para uma posição que atuará fora do país ou numa empresa estrangeira com operação no Brasil. Com base em recentes estudos do British Council e de renomadas consultorias de Executive Search, Outplacement & Coaching analisamos alguns aspectos que ajudam a desmistificar ou, pelo menos, nos preparar melhor seja para uma próxima entrevista de trabalho, seja para uma participação mais efetiva em sua próxima reunião.
As estatísticas abaixo tomam por base a estimativa atual da população brasileira de 205 milhões de habitantes segundo o IBGE aplicada ao estudo “Learning English in Brazil” do British Council sobre uso e estudo do idioma inglês para o nosso mercado de trabalho.
Destacamos os números significativa e percentualmente baixos de pessoas que possuem algum nível de comunicação em inglês e, dentro desse número, um percentual (16%) ainda menor que consideram possuir um nível avançado/fluente do idioma. Se segmentamos por faixa etária, profissionais mais experientes tendem a enfrentar uma “concorrência” ainda menor, ao menos nesse quesito. Isso nos leva a seguinte reflexão: há algum fundamento no nível de insegurança que muitos de nós apresentamos quando precisamos dessa língua estrangeira em nosso trabalho ou em uma entrevista? Estatisticamente não.
“Há fundamento no nível de insegurança que apresentamos quando precisamos do inglês no trabalho ou numa entrevista? Estatisticamente não.”
Dentro do mesmo estudo, e complementado por análises similares feitas por renomadas consultorias do mercado, é possível consolidar uma visão dos principais segmentos de indústria demandantes do uso do inglês em suas atividades de negócio, assim como em que níveis hierárquicos e áreas onde essa demanda é mais exigida. É notadamente claro que o mercado de “Viagens e Turismo” demanda mais do uso do inglês, mas é importante destacar situações específicas como, por exemplo, advogados que necessitam não somente do domínio de termos técnicos e específicos no idioma, mas também da capacidade de perceber nuances na escrita ou tons de fala, por frequentemente participar de negociações, redigir contratos ou analisar particularidades de procedimentos fiscais, processuais e legais.
Por outro lado, ainda que este tema da comunicação em inglês no ambiente corporativo seja relevante não importa qual segmento de economia estejamos discutindo, é interessante observar como nesse estudo o mercado de TI e Telecom, foco de nossa capacitação de TI para R&S, se destaca logo na segunda posição em volume de demanda, sendo portanto uma competência (técnica ou comportamental?) bastante significativa e muitas vezes mandatória no processo de seleção.
Durante a pesquisa, as empresas contratantes foram questionadas que áreas de domínio da língua inglesa eram mais relevantes para suas atividades de negócio e no desenvolvimento e seleção de seus colaboradores. Enquanto o mundo acadêmico (graduação, MBA e estudos no exterior) demande domínio da gramática e da escrita, antagonicamente, o mercado de trabalho prioriza o inglês técnico e a capacidade de comunicação. Assim, com relação ao uso do inglês em nosso mercado de trabalho, temos uma segunda grande reflexão, tanto para contratantes e recrutadores como para candidatos e trabalhadores: estamos exigindo/investindo na competência mais relevante para nossa empresa/carreira?
“O mercado prioriza o inglês técnico e a capacidade de comunicação. Estamos investindo na competência mais relevante?”
Nota do autor:
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